quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Transporte de equipamentos e roubo de cargas acionam vendas

O aumento do consumo doméstico e as obras de infraestrutura estão turbinando o seguro do transporte. Incluindo na equação as dificuldades de acesso, as por vezes precárias condições de transporte e o roubo de cargas, o segmento é visto como uma das carteiras que mais crescem no mercado.
Segundo o diretor de grandes riscos da Allianz Seguros, Angelo Colombo, a carteira de infraestrutura representará por volta de R$ 300 milhões em volume de prêmios na Allianz neste ano. "No Brasil a fatia do transporte é maior, proporcionalmente, do que em outros países. A gente tem um fator maior que é o roubo de cargas. Até existe em outros países, mas não na mesma intensidade que aqui", diz.
Na construção de hidrelétricas, explica o diretor comercial da RSA Seguros, Ariel Couto, as obras civis são a parte crítica, o que reflete diretamente no custo do seguro. No caso de usinas eólicas, o transporte é a parte mais complicada. "Nesse caso, tudo é relacionado aos equipamentos e o transporte é crítico pelo tamanho deles", explica.
André Guidetti, gerente da LIU, divisão de riscos especiais da Liberty Seguros, destaca o risco dessas cargas atravessarem locais inóspitos. Ele cita como exemplo a construção da hidrelétrica de Santo Antônio do Jari, no Rio Jari, na divisa entre Pará e Amapá.
O presidente no Brasil da Willis, José Otávio, atenta que, num momento de crescimento da demanda doméstica por consumo, o risco de transporte ganha vulto. "O risco não é só no transporte de cargas. Mas de roupas, equipamentos eletrônicos, comida, cigarro." A fatia de participação dos riscos de transporte cresce e já é de 15% do volume de prêmios da Willis.
Na visão da Swiss Re, o setor de transporte de cargas tem um crescimento atrativo. Segundo o diretor de soluções empresariais para o Brasil e o Cone Sul, Fabio Corrias, o nicho de energia renovável é uma atividade relativamente nova "e no qual temos bastante interesse em atuar".

sábado, 26 de novembro de 2011

Scania investirá US$ 40 milhões em fábrica na Argentina

A Scania anunciou que investirá US$ 40 milhões em sua fábrica de transmissões de Tucumán, na Argentina, unidade que abastece os caminhões da marca produzidos no Brasil. O presidente da filial argentina, Luiz Ramírez Rojas, e o diretor geral, José Antonio Mannucci, reuniram-se na noite de segunda-feira, 21, com a presidente Cristina Kirchner, a ministra da indústria e o governador de Tucumán para comunicar o investimento e informar os planos da montadora para equilibrar sua balança comercial no país.

Com o investimento na unidade argentina — a única de transmissões fora da Europa —, a Scania aumentará em 50% sua capacidade de produção local, para 30 mil unidades/ano. A expectativa é de que sejam gerados 50 novos postos de trabalho, para um total de 550 empregos diretos. Pelos planos da montadora apresentados ao governo, as exportações das caixas de transmissão serão incrementadas em US$ 50 milhões, para um total de US$ 150 milhões, para Brasil e Europa dentre outros destinos.
Sobre a exigência de equilíbrio para a balança comercial, de acordo com nota divulgada pelo Ministério da Indústria argentina, a empresa também comprometeu-se a incrementar suas exportações em US$ 45 milhões a partir de fornecedores locais para suas outras fábricas no mundo. Pelos cálculos divulgados no comunicado, a Scania conseguirá, desta forma, reverter sua balança comercial para um saldo positivo de US$ 40 milhões em 2012. 
A ministra da indústria, Débora Giorgi, considerou o anúncio uma consequência natural diante do cenário de crescimento da economia argentina. “Não é por acaso que as empresas reinvestem no país, aumentem sua produção e vendas cada vez mais para o exterior, já que temos uma economia em crescimento, previsível e que oferece certezas a médio e longo prazo. Este ano, o setor automotivo voltará a bater recorde de vendas e produção, o que move a indústria a investir e a comprometer-se ainda mais com o país.” 

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Chuvas aumentam riscos nas estradas

A temporada de chuvas se inicia neste mês de novembro, o que exige mais atenção dos motoristas ao pegar a estrada. Para evitar os acidentes provenientes do mal tempo, o DER/MG (Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais) orienta aos condutores como proceder nestas situações, além de realizar a manutenção nas vias e disponibilizar telefones para emergência.
“Todos os sinais de alerta devem ser considerados, pois os perigos aumentam muito nesta época. Há dicas importantes que orientam sobre a maneira correta de dirigir e os cuidados a serem tomados com a manutenção do veículo”, explica Rosely Fantoni, coordenadora da Gerência de Educação para o Trânsito do Departamento.
Os trechos danificados pelas chuvas deste ano continuarão a ser recuperados até dezembro. Em 2011, foram notificadas pelo DER/MG, em sua circunscrição, 163 ocorrências no segmento rodoviário.
Porém as ações da autarquia não se restringem a manutenção das estradas, a entidade também promove ações educativas que são reforçadas neste período do ano. Um dos exemplos são os folhetos com dicas de condução na chuva enviados, pela Gerência de Educação para o Trânsito, para as 40 coordenadorias regionais. Outra iniciativa são ações nos locais mais afetados com as águas como orientação aos motoristas e fiscalização das condições do veículo.
Fanotni ressalta a importância dos condutores seguirem todas as instruções passadas no folheto, porém reforça que “há duas observações que são fundamentais: o motorista precisa ter consciência de que deve mudar sua maneira de dirigir quando está chovendo, e o carro tem que estar preparado e em condições de trafegar em pista molhada”. Somado a isso, a coordenadora atenta para o perigo das primeiras chuvas. “São elas que deixam as pistas mais escorregadias e o usuário não percebe o perigo que tem pela frente, caso não diminua a velocidade e aumente a atenção”, afirma.
No panfleto, os motoristas recebem instruções como estar sempre descansado; fazer uso do cinto de segurança; ultrapassar quando houver total segurança e visibilidade; usar farol baixo sob chuva ou neblina; manter distância do carro da frente; reduzir a velocidade e não frear bruscamente; não fumar dentro do automóvel e evitar parar no acostamento. Caso não haja outra alternativa e o condutor tenha que parar no acostamento, a orientação é que o motorista ligue o pisca-pisca, coloque o triângulo e galho de árvores para alertar de sua presença. Para paradas em curvas, uma sinalização indicando que o carro está imóvel deve ser adotada.
O bom estado do carro, como freios em pleno funcionamento e pneus calibrados, também é uma prerrogativa de maior segurança nas vias.
FONTE: iCaminhões

domingo, 20 de novembro de 2011

Banco Volkswagen lidera operações de caminhões e ônibus entre os bancos de montadora

O Banco Volkswagen consolidou-se como um dos maiores operadores no segmento de caminhões e ônibus do Brasil, segundo ranking divulgado nesta semana pelo BNDES. Entre janeiro e setembro deste ano, foram 34.021 operações realizadas na linha Finame, totalizando R$ 3,2 bilhões. No leasing, o giro de crédito foi de R$ 64,7 milhões.
“A diferença é que operamos somente com o setor de caminhões e ônibus, ao contrário de outros bancos, que atuam com diversas linhas de financiamento, como os programas agrícolas”, ressaltou o diretor-presidente da instituição financeira, Décio Carbonari de Almeida.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Mercado em expansão do País atrai investimentos da indústria global de caminhões

Estabilidade econômica, uma sólida política financeira e um mercado consumidor sedento por novidades tecnológicas e movido pelas inúmeras possibilidades de negócios voltados especialmente para o setor de transporte. Com esse cenário atraente, as novas fabricantes de caminhões fizeram sua estreia no Brasil na última Fenatran afirmando que chegam com a intenção de trazer investimentos para permanecer em definitivo no País.

O momento não poderia ser mais promissor: segundo os últimos dados da Anfavea (Associação das Fabricantes de Veículos), as vendas de caminhões entre janeiro e outubro de 2011 já somam 143.800 unidades. No final do ano, essas cifras poderão chegar a 150.000. Um desempenho que estimula projeções de números em dobro nos próximos 10 anos, feitos por executivos de montadoras que já atuam no Brasil e por quem está chegando agora.


DAF
Em outubro, o Grupo Paccar anunciou o investimento de US$ 200 milhões para a construção da fábrica da marca holandesa DAF em Ponta Grossa, no Estado do Paraná. O grupo também atua na América da Norte com as marcas de caminhões Kenworth e Peterbilt.
Ainda não há informações conclusivas se haverá importação de caminhões, pois a empresa foca na produção interna com a nacionalização necessária para se ver livre de obstáculos tributários como o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), cuja alíquota de 30% passará a vigorar em 2012.
“A DAF terá um incremento muito forte de conteúdo local no primeiro ano de operação da fábrica. Teremos muitos fornecedores brasileiros. A cabine será Usiminas, a caixa de transmissão da ZF Sachs, eixos por Meritor e a suspensão por Suspensys. Vamos começar com um índice entre 50% e 60% de nacionalização”, disse Marco Antonio Davila, presidente da DAF Caminhões Brasil.
“Temos uma previsão inicial de vendas de mil unidades por ano. Iniciar uma companhia não é fácil, e o mercado tem que ser convencido a trocar de marca, por isso nossas cifras conservadoras”, acrescentou o executivo.
Quando perguntado sobre metas de Market Share (Participação no Mercado), Davila não se fez de rogado e exemplificou com as conquistas da Paccar mundo afora: “Na América do Norte (onde atuam a Kenworth e a Peterbilt), temos mais de 26% do mercado. No México (Kenworth), temos 55% de Market Share. Na Europa, a DAF tem 15,3%, e está crescendo com o objetivo de obter 20%. E planejamos ir para Rússia e África. A Paccar é muito agressiva, e gosta de estar entre os primeiros 10 lugares. Sempre”.
E por que chegar agora no Brasil? “Há 10 anos, a economia brasileira oferecia riscos aos investimentos, e a Paccar é uma empresa conservadora. Mas agora a economia do Brasil, inserida no BRIC (Sigla de Brasil-Rússia-Índia-China, países emergentes no quadro econômico e político do mundo), com um sistema financeiro sólido e um crescimento de uma classe média muito forte, enfim, tudo isso nos atraiu”, analisa Davila.
Shacman 
O aumento do IPI foi uma surpresa desagradável para empresas novas que começam suas operações com a importação de produtos. No caso da Shacman, essa medida esfriou os planos de investimento, principalmente o início da construção de sua primeira fábrica no Brasil.
“No meio do processo de implantação, veio o aumento do IPI. É claro que há alterações no planejamento de qualquer empresa. Foi alegado pelo governo federal que isso se tratou apenas de uma proteção à indústria brasileira, e não de uma barreira aos estrangeiros. O governo acena com uma regra de transição para aqueles que querem produzir no Brasil. E estamos esperando que essas regras sejam postas, para redefinirmos nosso planejamento”, falou Rodrigo Teixeira, Diretor Executivo da fabricante chinesa.
“A decisão de produzir e construir no Brasil está tomada. Isso (Aumento do IPI) não afetou, principalmente, o respeito dos nossos investidores pelo mercado brasileiro”, diz Teixeira.

Players não muito novos, mas cheios de planos
Na última Fenatran, a Sinotruk Brasil deixou claro que o IPI antecipou a decisão de montar uma fábrica no País, inicialmente prevista para 2015. De acordo com o diretor geral Joel Anderson “a unidade sairá agora”. Entenda-se: 2013.
Mesmo sem a definição do local da planta, a empresa já comprou um terreno de 275 mil metros quadrados nos arredores de Curitiba/PR. Sem divulgar prazos, a Sinotruk irá montar seus caminhões em regime de CKD para, gradativamente, atingir o índice mínimo de 60% de itens nacionalizados.
Nem de longe a norte-americana International planeja uma “rota de fuga” do País, e também quer fábrica própria no Brasil (ainda sem detalhes). “O IPI não afetou a confiança da Navistar (grupo que controla a empresa) no Brasil. E para sermos um concorrente sério no mercado, entendemos que é preciso uma planta de produção local”, conta Marcelo Macera, diretor executivo de Vendas e Marketing da empresa.
“Hoje, a Navistar não pode viver somente do mercado norte-americano. Temos que ser uma companhia global, e a primeira base de nossa operação global será o Brasil. Queremos atuar no BRIC. Já temos uma joint-venture (Empreendimento conjunto) com a Mahindra na Índia, e outra com a JAC na China. E a Rússia será a próxima”, finaliza Macera.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Produção de caminhões no Brasil cresceu 22% em outubro, revela Anfavea

Dois meses após o governo federal atender ao lobby das montadoras e elevar a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os veículos importados ou que não atendam a 65% de conteúdo nacional, o Brasil viu a produção de automóveis de passeio desabar 9,5% no mês de outubro de 2011 quando comparado ao mesmo período do ano passado.
Já as fabricantes de caminhões continuam com o pé no acelerador com um crescimento de 22% na produção desses veículos. Os dados foram divulgados esta semana pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), em São Paulo. Com esse resultado, no acumulado do ano a expansão na fabricação de caminhões voltou a acelerar, passou de 12,8% até setembro para 13,8% até o final de outubro.
As montadoras produziram este ano 178.640 unidades contra 157.006 veículos nesse mesmo período de 2010. Somente em outubro, saíram das linhas de produção nacionais 19.612 caminhões. Dentre as categorias, os mais fabricados no ano continuam sendo os semipesados e pesados, com 61.704 e 54.494 veículos, respectivamente altas de 18,7% e de 7,4% ante mesmo período do ano passado. Apesar disso, em termos percentuais, são os leves que continuam liderando em crescimento no ano, 20,1% nos nove meses que se encerraram no último dia 31.
O ritmo de vendas, porém, não parece ter acompanhado a produção. Enquanto no mês passado 82% da produção havia sido comercializada, em outubro esse indicador ficou em 76%. O número de licenciamentos foi o mesmo de agosto deste ano, 14.960 veículos. Mesmo assim, no ano as vendas estão 14,4% maiores que as registradas no mercado brasileiro em 2010.
A MAN (que fabrica e comercializa a marca própria e da Volkswagen) é a primeira em vendas e deverá fechar o ano desta forma faltando apenas dois meses para terminar o ano. No acumulado do ano, a alemã vendeu 42.748 veículos no mercado nacional, um crescimento de 18,5% ante 2010. Esse volume de vendas está  19,8% acima da segunda colocada, a Mercedes-Benz, que encerrou os 10 meses de 2011 com a comercialização de 35.684 veículos, alta de 7,8%, em terceiro aparece a Ford com 25.155, em quarto a Volvo com 15.655, crescimento de 31,5% e em quinto a Iveco com 11.881 caminhões no ano, expansão de 29,3%. A Scania continua a perder participação de mercado 9,9% em comparação a 2010 e continua em sexto lugar no mercado brasileiro.
Dentre os segmentos que puxaram as vendas os semipesados apresentam crescimento de 24,1%, os semileves aparecem novamente com o segundo maior crescimento em comparação a 2010 com 16,7%, seguido dos leves com 15,8% de vendas a mais. Em número de unidades comercializadas os semipesados são os mais vendidos com 49.172 caminhões no ano e os pesados aparecem logo a seguir com 43.370 veículos entregues.
Mesmo com a alíquota mais elevada, os importados aumentam de forma representativa a sua fatia de mercado. Nos dez meses deste ano, o aumento em comparação a 2010 está em 57,4%. Os maiores segmentos que trazem caminhões do exterior continuam sendo os leves com 2.233% a mais e os pesados com 185% de expansão. No total, foram importados no ano 3.157 veículos ante 2.006 do ano passado.

Ônibus e automóveis
Na categoria para transporte de passageiros (incluindo chassis), as vendas consolidadas do ano seguem o ritmo de crescimento. Enquanto no mês de setembro o crescimento anual tinha sido de 20,2%, em outubro esse indicador alcançou alta de 22,1%, com 28.170 unidades.
Já em automóveis, a produção de outubro foi de 265.600 carros, queda de 9,5% quando comparada ao mesmo mês de 2010.
A Fiat continuou como a marca mais vendida do ano com 487.687 unidades. Em segundo lugar está a alemã Volkswagen com 485.028 carros comercializados. Em terceiro lugar está a GM com 430.885 veículos e em quarto a Ford, 200.241 unidades novas colocadas no mercado. A francesa Renault continua em quinto lugar com 140.246 carros. No total, foram vendidos 2.162.087 automóveis de passeio de janeiro a outubro de 2011, 2,6% a mais do que no ano passado.
A tendência até o final do ano é de que o indicador de crescimento aumente. De acordo com o presidente da entidade. Cledorvino Belini, apesar de o giro de estoques do setor automotivo ter subido para o nível de 40 dias em outubro, com 374.342 veículos estacionados nos pátios das montadoras e nas concessionárias, a previsão é de que a chegada do final do ano e do aumento de renda em função do 13º. salário corrija essa distorção.
Em setembro, os estoques estavam em 36 dias e em agosto eram de 37 dias. “Esse estoque não me assusta”, disse Belini. “Em novembro e dezembro há uma injeção com o décimo terceiro salário e, com isso, maior renda. A expectativa é que aumente o volume de vendas”, afirmou.
Tanto que a entidade alterou a previsão de investimentos para o período de 2011 a 2015. Segundo a Anfavea, os aportes de suas associadas deverão somar US$ 22 bilhões nesse intervalo, US$ 1 bilhão a mais que a previsão anterior. Para Belini, esse aumento ocorre por conta do otimismo do setor em torno do regime do setor automotivo, e das medidas que vêm sendo adotadas pelo governo.

domingo, 6 de novembro de 2011

Projeto prevê regulamentação de jornada de trabalho de motoristas profissionais .

À frente do caminhão carregado de gasolina, João Luiz Ferreira, de 53 anos, percorreu 120 quilômetros na BR-040, altura de João Pinheiro, no Noroeste de Minas, sem ver um metro sequer da estrada. O episódio, que, por milagre, não resultou em acidente, levou o motorista a interromper uma rotina de 16 anos de 18 a 20 horas diárias na boleia da carreta. Agora, uma proposta feita em conjunto por transportadoras e trabalhadores pretende frear essa realidade perigosa e descontrolada, um dos principais ingredientes de acidentes e mortes nas rodovias. A regulamentação da jornada de trabalho de motoristas profissionais é alvo de projeto de lei em tramitação no Senado e prevê medidas como a restrição da carga horária e a imposição de tempo de descanso para os profissionais do volante.
A cada quatro horas na direção, por exemplo, os condutores terão de parar para descansar por 30 minutos. Outra proposta é um intervalo de 11horas longe do volante a cada jornada. O projeto também define jornada de trabalho de oito horas por dia mais uma hora para refeição, num total de 44 horas semanais, regida pelas normas da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Além disso, exige postos de paradas para motoristas profissionais a cada 200 quilômetros nas rodovias, seguro de risco pessoal e regime especial em casos de viagens de longa distância, em que o condutor fica mais de 24 horas fora de casa.
Fruto de audiência do Ministério Público do Trabalho (MPT) que reuniu entidades como a Confederação Nacional do Transporte (CNT) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte Terrestre (CNTTT), o acordo, firmado na semana passada, será transformado em substitutivo do Projeto de Lei 319/2009, regulamentação da profissão que tramita no Senado. A tentativa é impor regras a um setor sem controle e de alto risco, sobretudo no transporte de carga. “A rotina do caminhoneiro é de escravidão escrachada, com mais de 20 horas de trabalho por dia. Tem motorista que vai de BH a Belém, no Pará, (distância de 2,8 mil quilômetros) em 70 horas”, conta o presidente do Sindicato da União Brasileira dos Caminhoneiros, José Natan Emídio Neto.

Mortes 
Em agosto, reportagem do Estado de Minas alertou que um quarto das mortes nas rodovias que cortam Minas se relacionava com acidentes com veículos de carga, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Outra reportagem, em outubro, mostrou que 32% dos 43.465 veículos envolvidos em acidentes nas rodovias mineiras eram carretas e caminhões, conforme a PRF. Em Minas, estado com a maior malha viária do país, o problema se agrava na velocidade do crescimento do setor. O estado concentra mais de um quinto das autorizações especiais de trânsito (AET) emitidas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para cargas pesadas, com mais de 4,4 metros de altura, 2,6 metros de largura ou comprimento superior a 19,8 metros.
Segundo um dos coordenadores da CNTTT Luís Festino a medida vai beneficiar mais de 3 milhões de profissionais, além dos cidadãos sujeitos aos perigos de rotina exaustiva nas estradas. “Não há regulamentação do setor. A jornada de trabalho acaba sendo definida por acordos coletivos isolados. Há motoristas dirigindo por até 20 horas por dia”, afirma Festino, explicando que o controle da jornada seria feito por meio de diários de bordo ou equipamentos eletrônicos. O coordenador afirma que os empresários entenderam que a velocidade na entrega da carga nem sempre é o melhor negócio. “O custo de um caminhão parado depois de um acidente é muito maior Algumas empresas registram índices de 10% da mão-de-obra afastada por motivo de saúde”, afirma.
Presidente da CNT, o senador Clésio Andrade (PR-MG) diz que o projeto representa grande avanço para o setor e maior segurança nas estradas. “Nossa expectativa é aprovar o texto no máximo até o março do ano que vem, acabando com esse quadro em que não há um controle nem regra da profissão. Essa será também uma medida de segurança”, destaca Andrade. Mas quem vive o problema na ponta, como o caminhoneiro João Luiz Ferreira, vê com desconfiança a efetividade do projeto. “Com certeza muitos acidentes poderiam ser evitados por causa do cansaço e da pressa. Mas o patrão não dá descanso. Em 16 anos, só consegui tirar férias duas vezes na vida”, diz.

Fiscalização é o maior desafio
Antes de mesmo de virar lei, especialistas em transporte e representantes do setor de cargas acreditam que a fiscalização será desafio para que a regulamentação da jornada de trabalho de motoristas profissionais decole. As propostas, que alteram o Código de Trânsito Brasileiro e a Consolidação das Leis de Trabalho (CLT), estariam sob o controle dos órgãos de trânsito e do Ministério do Trabalho e Emprego.
Sem desmerecer a importância da proposta, o mestre em engenharia de transportes Paulo Rogério Monteiro afirma que nem mesmo as regras que já existem e poderiam amenizar o descontrole do setor, como a pesagem de caminhões ou o uso de álcool e drogas ao volante, são fiscalizadas. “Já é difícil cumprir o código em todas os pontos e ainda criam mais regras. Acho importante regulamentar tempo de descanso, mas, mais que ação de trânsito, deve ser uma ação trabalhista”, afirma o especialista, destacando que a polícia não tem como controlar mais essa questão.
E, mesmo com a proibição de remuneração baseada em quilometragem ou carga, para não incentivar excesso de trabalho, o presidente do Sindicato da União Brasileira dos Caminhoneiros, José Natan Emídio Neto acredita que os próprios motoristas terão dificuldade em cumprir. “Em muitos lugares, não tem jeito de parar o caminhão e ainda há o risco de roubo. Além disso, para ganhar mais, muitos motoristas aproveitam para fazer o serviço de chapa e ajudar a descarregar o caminhão. A lei da estrada é terrível”, diz.

Jornada de trabalho
PROPOSTAS PARA MOTORISTAS PROFISSIONAIS APRESENTADAS AO SENADO

– A jornada será a da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), com oito horas diárias e 44 semanais, podendo ser prorrogada em até duas horas extras.
– O motorista terá de descansar 30 minutos a cada quatro horas de trabalho
– Entre uma e outra jornada, o motorista terá direito a 11 horas de descanso
– Em viagens de longa distância em que o profissional fica na estrada por mais de 24 horas será possível fazer acordo coletivo prevendo diária especial de 12 horas de trabalho por 36 horas de descanso
– Será considerado como parte da jornada de trabalho o período em que o motorista estiver à disposição do empregador (carga e descarga, parada para fiscalização, entre outros)
– Em viagens com duração acima de uma semana, o descanso semanal será de 36 horas por semana
– O motorista terá direito a seguro de risco pessoal
– O controle da jornada de trabalho será feita pelo empregador, que poderá ser feita por meio de anotação em diário de bordo, papeleta, equipamentos eletrônicos instalados no veículo, além de ficha de trabalho externa.
– O governo ou concessionárias de rodovias serão obrigados a implantar pontos de paradas para motoristas profissionais a cada 200 quilômetros
– Estará sujeito à detenção quem permitir ou entregar a direção do veículo, ordenando início de viagem de longa distância, ciente de que o motorista não tenha cumprido o período de descanso diário

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Perspectivas 2012 – Mercedes Benz

Mesmo com os louros da vitória pelos excelentes resultados dos últimos dois anos, com vários recordes quebrados, Jürgen Ziegler, presidente da filial brasileira da Mercedes-Benz, acredita que a fase mais difícil passou. “O duro é preparar o time para vencer, é mudar as cabeças, é criar as estratégias de jogo necessárias. A empresa é atualmente muito mais rápida, transparente, enxuta e flexível.”
A hora, agora, é a de polir a estrela, estruturar tudo para um futuro consistente, oferecendo produtos com a tecnologia e os preços adequados ao mercado. “2012 não repetirá o sucesso dos últimos anos, teremos queda de 15% na produção de caminhões, ficaremos na faixa das 145 mil a 150 mil unidades contra as 170 mil a 180 mil deste ano.”
Os motivos para a retração são simples: “Historicamente existe uma antecipação de compras no ano que antecede à mudança para padrões mais rígidos de emissões. E este movimento de pré-compra provocará queda nos primeiros meses de 2012, de alguns milhares de unidades. A tendência seria esta, mas o mercado brasileiro é sempre uma surpresa.”
Ziegler aproveitou a exigência do Euro 5 a partir de janeiro de 2012 para mudar completamente sua linha de produtos. “Foi a maior renovação que a Mercedes-Benz fez em toda sua história, com a reformulação de toda a linha de produtos e o lançamento de uma nova família de caminhões, a Atron.” A surpresa com o Atron, um bicudo, é que ele é o substituto natural da configuração que mais vende da marca alemã, o modelo semipesado L-1620. O mercado não esperava que fosse criada uma nova família, exclusiva para o Brasil, para atender à forte demanda pelo caminhão.
Preparou, também, o início de operação da nova fábrica de caminhões em Juiz de Fora, MG, para janeiro, o que permitirá maior folga produtiva para a marca da estrela. “Apesar dos índices iniciais de 30% de nacionalização e de 60% até o final de 2013 já atingiremos os 65% da média necessária pelas novas normas com os produtos feitos em São Bernardo do Campo, que ficam acima dos 90%.”
Nova tarefa. Portanto, para Ziegler, a parte difícil de seu projeto para o Brasil foi feita nos últimos dois anos. “Agora a tarefa é motivar a rede, integrar ao máximo as duas fábricas brasileiras e também a da argentina e aproveitar os novos produtos para um crescimento maior que o do mercado.”
Na área de chassis para ônibus a previsão de Jürgen Ziegler é também de decréscimo de vendas em 2012. O mercado total deve fechar com 27 mil unidades. Isto apesar da existência de eleições municipais que normalmente aquecem a renovação de frotas de transporte urbano.
Mas, se os números de produção e vendas no mercado interno não são muito animadores, os volumes de exportações serão extremamente interessantes este ano. “Algo como 5,2 mil caminhões e 9,5 mil ônibus, todos para o mercado latino-americano, com maior ênfase para Argentina, Chile e Peru. A evolução das exportações dependerá da combinação do custo Brasil e do desempenho do câmbio. No ano passado a empresa exportou 4,8 mil caminhões e 11 mil ônibus.
Com relação ao mercado interno, o desafio de voltar à liderança no mercado de caminhões e resistir ao ataque da MAN no segmento de ônibus é parte dos objetivos de Ziegler com os motores Euro 5. Com eles chegam uma nova família de chassis de ônibus e uma nova geração das vans Sprinter. Como um apaixonado por esportes sabe que a equipe está preparada, tem os melhores jogadores e agora é ver o desempenho do time em campo. “Não existe jogo fácil, mas nos preparamos para jogar bem. E vencer.”
Automóveis. Se existia uma enorme satisfação com a contínua evolução das vendas dos automóveis importados, a Mercedes-Benz teme agora pela desaceleração desse segmento. A empresa acredita que com o aumento do IPI a comercialização desses produtos deve cair, nos próximos seis meses, de 35% a 50%.
Para o acumulado de 2012, no entanto, prevê queda menor, em torno de 30%, e no ano seguinte, até pelo fim do decreto emergencial, os números voltam a crescer. A expectativa é fechar este ano com mais de 10 mil unidades importadas vendidas e a estimativa, até 2015, era a de dobrar este número.
Nos automóveis os desafios de Ziegler não terminam por ai. Agora ele também é o responsável pelos negócios da Freightliner e da Fuso, marcas do grupo Daimler, no mercado latino-americano. Volume de 8 mil a 10 mil unidades comercializadas por ano.
FONTE: Autodata

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Ford Caminhões estuda entrar no segmento de extrapesados




Buscando maior espaço no mercado de caminhões, a Ford anunciou em outubro que está planejando, ainda sem data para lançamento, a fabricação de caminhões da categoria extrapesado, segmento em que ainda não atua. O veículo seria um projeto global e complementaria a nova geração da Linha Ford Cargo, que foi lançada recentemente.
“Neste momento, a Ford não irá revelar maiores detalhes do novo produto. O nosso trabalho é acelerar o desenvolvimento deste novo projeto global, que nos permitirá disputar todos os segmentos de mercado”, diz Oswaldo Jardim, diretor de Operações de Caminhões da Ford América do Sul.
A Ford Caminhões realiza esse desenvolvimento em conjunto com suas operações mundiais, com participação da engenharia local. “O novo produto, assim com a Nova Linha Cargo, será um caminhão surpreendente em termos de tecnologia, qualidade, capacidade e custo-benefício”, enfatiza Jardim.
O produto mais recente da marca é o Novo Cargo, caminhão que chegou ao mercado com o desenvolvimento para receber a tecnologia Euro 5.
Além da novidade a respeito do extrapesado, a montadora também anunciou que irá investir R$ 455 milhões de 2011 a 2015 em suas operações de veículos comerciais no País.
“Temos um programa contínuo de investimentos nas operações de veículos comerciais. Considerando o aporte até 2015, teremos aplicados aproximadamente R$ 1 bilhão em menos de uma década”, afirma Marcos de Oliveira, presidente da Ford Brasil e Mercosul.