Com mais caminhões
antigos em circulação, está comprovado que aumentam os índices de
poluição, o número de acidentes nas rodovias, o consumo de combustível e
os gastos de manutenção, entre outros fatores. A renovação dessa frota e
a eficiência logística foram tema de debate nessa quarta-feira (28), em
Brasília, durante o 1º Simpósio Brasileiro de Políticas Públicas para
Comércio e Serviços (Simbracs).
Moderado pelo
presidente da Seção de Transporte de Cargas da Confederação Nacional do
Transporte (CNT), Flávio Benatti, o debate contou com a apresentação do
programa da CNT RenovAr – projeto que vislumbra consolidar mecanismos
econômicos, financeiros e fiscais para estimular a renovação da frota
brasileira de caminhões.
De acordo com a
coordenadora de projetos especiais da Confederação, Marilei Menezes, o
programa tem como uma de suas metas auxiliar principalmente os
profissionais autônomos. “À medida que a frota envelhece, ela passa da
mão da empresa para o caminhoneiro autônomo, que é justamente quem tem
mais dificuldade para acessar o crédito e menos condições de trocar por
um veículo mais novo”, afirmou.
Atualmente, 32% da frota de caminhões do país têm mais de 20 anos e 17%, mais de 30 anos. “A média de idade dos veículos dos autônomos é de 21 anos, enquanto o das empresas, 8,8 anos. Se implementado, o programa RenovAr, desenvolvido pela CNT em 2009, pretende retirar os caminhões com mais de 20 anos de circulação em até dez anos”, afirmou Marilei.
Na mesma linha, o
assessor do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), Samy Kopit,
esclareceu que o órgão pretende facilitar o crédito aos caminhoneiros
autônomos. “Dois programas estão em discussão. Um deles é a redução da
taxa de juros para aquele que entregar o caminhão antigo para trocar por
um novo ou seminovo. O outro vai atuar em conjunto com futuros centros
de reciclagem. O caminhoneiro que entregar o caminhão nesses locais
receberá um certificado e, com isso, terá direito a um crédito
diferenciado junto ao BNDES”, explicou.
Segundo ele, os
projetos ainda estão em fase de discussão e não têm previsão para sair
do papel. “Precisamos agir rápido para estimular essa renovação. Entre
janeiro e outubro deste ano, só desembolsamos pouco mais de R$ 14,5
bilhões em financiamentos de caminhão. No ano passado, esse valor foi de
R$ 22,5 bilhões. Em 2010, foram mais de R$ 24 bilhões”, ressaltou,
fazendo um paralelo com a redução do crescimento do PIB do país.
Ainda durante o
debate, o diretor da empresa Júlio Simões Logística (JSL), Fernando
Simões, defendeu mais investimentos na intermodalidade. “Hoje o
transporte rodoviário é responsável por 61% do transporte total. O
governo precisa agir mais rápido se pretende equilibrar com as ferrovias
e hidrovias, como já foi anunciado. Só assim para conseguirmos reduzir o
custo Brasil”, destacou.
FONTE: Agronotícias
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