Muita gente pode fazer uma idéia errada do que seja a profissão de caminhoneiro. Não é apenas pegar um caminhão e sair pelas estradas ou pelas ruas das cidades segurando um volante. Cada caminhão, cada carga, requer uma habilidade específica. Um jeitinho todo especial que influi de maneira decisiva no resultado do transporte.
Trafegam pelas estradas brasileiras cerca de dois milhões de caminhoneiros e transportam 60% da carga movimentada no Brasil.
É um profissional que passa muito tempo longe de casa, às vezes viajando semanas sem parar. Conhecem a estrada melhor do que ninguém!
Este blog foi criado para relatar noticias do setor de transporte e o dia dia dos caminhoneiros nas estradas.
sábado, 30 de junho de 2012
quinta-feira, 28 de junho de 2012
Caminhoneiros autônomos planejam paralisação nacional.
O Movimento União Brasil Caminhoneiro está contatando as entidades que representam os caminhoneiros autônomos em todo o País para organizar uma manifestação nacional para reivindicar a revisão do uso do cartão frete, imposto pela resolução 3.658, da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), que determinou o fim da carta-frete, e a remuneração destes trabalhadores, após a alteração na resolução da Agência, que flexibilizou o acesso ao Registro Nacional de Transporte Rodoviário de Carga (RNTC).
No manifesto enviado às associações e sindicatos, o MUBC defende que essas medidas inviabilizam o exercício da atividade para pequenos e médios transportadores. Segundo Nélio Botelho, presidente do MUBC, as recentes resoluções aplicadas pela ANTT desconfiguram as leis que poderiam beneficiar o setor transportador e impedem o desenvolvimento, principalmente dos caminhoneiros autônomos e contratados, pois não garantem remunerações adequadas aos custos exigidos pelas normas. Além disso, os representantes dos caminhoneiros afirmam que muitos embarcadores estão deixando de contratar autônomos devido aos custos do novo sistema de pagamento.
Botelho já apresentou as reivindicações ao Ministro dos Transportes, Paulo Passos, e aguarda na próxima semana a convocação da ANTT para negociações. Caso isso não ocorra, está previsto um ato de desmobilização do setor, em que, segundo ele, nenhum caminhão vai sair da garagem.
De acordo com representantes do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga de São Paulo e Região (SETCESP), o novo sistema de pagamento de frete, burocratiza as operações e tira a liberdade de negociação entre os contratantes do frete e os transportadores autônomos. Os empresários reclamam da morosidade e dos custos que envolvem a emissão do CIOT, código obrigatório para cada operação.
Desde o início da validade do pagamento eletrônico, duas entidades, uma no Rio Grande do Sul e outra de Santa Catarina, entraram com ação judicial e conseguiram, por meio de liminar, o direito de não obedecer à resolução da ANTT e continuar o pagamento com a carta frete. A liminar do Sindicato gaúcho foi suspensa pela Justiça.
Diante das dificuldades operacionais analisadas e do aumento de custo, o SETCESP também estuda entrar com medida judicial contra a aplicação do novo sistema.
Outro lado
A União Nacional dos Caminhoneiros, presidida por José Araújo “China” da Silva, defende o fim do uso da carta frete, sob o argumento de que ela representa um regime de semiescravidão que vigora no Brasil há mais de 50 anos. Segundo China, o caminhoneiro autônomo tem o direito de receber o frete por meio do sistema regulamentado e de não pagar ágio no abastecimento nos postos que trocavam a carta frete.
FONTE: Transporta Brasil
terça-feira, 26 de junho de 2012
Mercedes oferece tecnologia no Actros
Câmbio
automatizado, alerta para invasão de outra faixa de rodagem ou do
acostamento, sistema de controle de proximidade, assistente ativo de
frenagem, freios ABS, controle de tração... O que parece o currículo de
um sedã de luxo é apenas parte da lista de itens da versão mais completa
do Actros 2646LS, caminhão topo de linha da Mercedes-Benz. O modelo é
vendido no Brasil desde 2010 e neste ano passou a ser montado na fábrica
de Juiz de Fora (MG), que nasceu para produzir carros, mas recebeu R$
450 milhões de investimento e passou a fazer caminhões. Somados os
Actros nacionais e importados chega-se a cerca de mil unidades já
comercializadas por aqui, segundo a fabricante.
No Brasil, o
caminhão da montadora de origem alemã equipara-se em tecnologia e
segurança ao concorrente Volvo FH. Na versão mais completa como a das
fotos, tem preço sugerido de R$ 506.130,49. O modelo de entrada parte de
R$ 422.767,81, mas tem tração 6x2, cabine mais baixa e menos itens de
conforto e segurança. Automotive Business foi convidada para uma carona
de cerca de 80 quilômetros pelo rodoanel, sistema viário que interliga
as principais estradas que chegam à cidade de São Paulo. O ponto de
partida foi a fábrica da Mercedes-Benz de São Bernardo do Campo (SP).
O Actros 2646 em
que andamos era um 6x4 com o pacote Segurança, do qual faz parte um
radar que monitora o tráfego à frente. “Uma vez ligado o piloto
automático, o radar passa a identificar a presença de veículos adiante e
pode reduzir a velocidade do caminhão”, afirma o engenheiro de
marketing de produto, Gílson Zinetti. Quanto mais alta a velocidade,
maior será a distância dos outros veículos.
Esse radar faz
parte de um conjunto de opcionais de R$ 17.863,43 e é capaz de
identificar objetos móveis ou parados à frente do caminhão, que emitirá
avisos sonoros e luminosos para o motorista se for preciso. O sistema
corta o som do rádio, do celular (o Bluetooth é item de série) e pode
usar até 100% da potência de frenagem caso o motorista não o faça a
tempo.
"ROLÊ" NO MERCEDÃO
Antes de entrar
na boleia, uma espiada do lado de fora revela bons compartimentos de
bagagem, fáceis de acessar. A cabine é apoiada sobre um sistema
pneumático de suspensão. “Os dois tanques de diesel são exclusivos para o
mercado brasileiro, um de 550 litros e outro de 200 litros do lado
oposto (veja adiante). Essa configuração alterou a montagem das
baterias”, afirma Zinetti.
À frente do
tanque maior está o reservatório para 85 litros de Arla 32, agente
redutor de emissões injetado no catalisador. Lá em cima, dentro do
“bruto”, nos espera João Roberto Orlandini, motorista-instrutor. Além de
testes de longa duração, ele participa de atividades de marketing
organizadas pela fabricante, os road shows: “Faço demonstrações dos
caminhões para os clientes (compradores finais). Muitos motoristas não
conhecem os recursos do caminhão”, diz.
Orlandini dá a
partida. Com os vidros fechados mal se ouve o funcionamento do motorzão
V6 de 12 litros e 456 cv, que utiliza a tecnologia Bluetech 5 e enquadra
o caminhão no Proconve P7, programa de redução de emissões em vigor
desde janeiro. Logo que entramos na Rodovia Anchieta, um “chapa” acena
animado para o motorista, aparentemente impressionado pela beleza e
tamanho do caminhão novinho em folha. (Vale explicar que chapa é um tipo
de trabalhador diarista das estradas, que oferece sua mão de obra e
experiência como guia aos caminhoneiros que chegam à cidade de São
Paulo.)
O amigo que ficou
para trás provavelmente se impressionou como nós pela altura da cabine
Megaespace. São 2,7 metros, 27 centímetros a mais que a versão regular. A
altura interna é de 1,92 metro. Além do espaço extra, essa cabine
elevada tem como vantagem o assoalho plano, que facilita a movimentação
interna.
Orlandini observa
o tráfego ao redor e vai tocando o caminhão pela faixa mais à direita
do anel viário. Vez ou outra um ruído estranho (semelhante a uma
interferência no rádio) avisa que o caminhão está invadindo o
acostamento. Isso ocorre sempre que uma mudança de faixa é feita sem o
acionamento do pisca-pisca. Um sensor óptico monitora as faixas pintadas
na rodovia. “É possível desligá-lo quando a sinalização nova se mistura
com a antiga na pista”, diz o motorista.
O tempo todo, o
motorista dirige tranquilo o caminhão por causa da transmissão
automatizada de 12 marchas. Ele pode usá-la no modo automático ou
manual, como ocorre em automóveis com transmissão desse tipo. O comando
para avançar marchas ou reduzi-las fica no apoia-braço direito. A
transmissão não exige pedal de embreagem nem anéis sincronizadores, que,
segundo a Mercedes, deram lugar a engrenagens mais largas e portanto
mais resistentes.
Essa transmissão é
dotada de um sensor de inclinação da via, que auxilia o gerenciamento
eletrônico a escolher a marcha mais adequada de acordo com o relevo da
pista. O Actros rebocava um bitrem graneleiro Noma com 57 toneladas de
brita, carga não perecível utilizada para as demonstrações.
Vez ou outra,
essa massa imensa ativava uma função interessante do câmbio
automatizado, o Eco Roll, grosso modo uma “banguela eletronicamente
controlada”, que desacopla a embreagem a fim de economizar combustível
quando, por inércia, o caminhão consegue manter determinadas velocidades
sem a necessidade do motor.
O sistema serve
para economizar combustível e volta a acoplar a embreagem mediante
variações de velocidade. Orlandini vai levando o Actros cercado de
retrovisores, inclusive um à frente da cabine e outro no alto e à
direita para reduzir os pontos cegos. Nas curvas, a impressão que se tem
ao olhar o implemento Noma pelo retrovisor é de que estamos na
locomotiva de um trem.
As suspensões
pneumáticas nos eixos, na cabine e no banco do motorista favorecem a
vida a bordo do caminhão. A montadora também oferece a opção de
suspensão metálica e freios a tambor para uso em vias malconservadas ou
sem pavimentação. Outro ponto importante para o conforto está no
ar-condicionado noturno da cabine Megaespace. Ele funciona refrigerando o
interior com o motor desligado por até oito horas. O segredo está numa
grande placa que armazena líquido anticongelante em baixa temperatura.
Isso evita que o
motorista durma com o caminhão ligado para manter o ar-condicionado em
funcionamento, o que consome combustível e encurta a vida útil do
motor.
O sistema de
freios com gerenciamento eletrônico é outro destaque deste
Mercedes-Benz. Pela dificuldade de puxar a carreta, o caminhão “saberá”
utilizar mais ou menos o sistema de freios e promover frenagens
equilibradas entre o cavalo e a carreta.
Em ciclos de
cálculo, ele libera maior ou menor pressão para o implemento. Se houver
problema em um dos freios da carreta, o Actros sempre tentará equilibrar
a frenagem dela. O sistema também é capaz de poupar discos e pastilhas
do cavalo reduzindo a velocidade pelo corte da injeção e pelo fechamento
das borboletas de aceleração.
O passeio está
acabando e uma última espiada na cabine revela um acabamento caprichado
nos plásticos, tecidos, teto solar, no volante multifuncional e no
computador de bordo, que permite ver até mensagens SMS recebidas. O
Actros também vem pronto para receber o Fleetboard, sistema de
gerenciamento de frota da Mercedes-Benz que monitora o caminhão e seu
uso.
FONTE: Automotive Business
domingo, 24 de junho de 2012
Entenda como será a fiscalização de caminhoneiros
As resoluções 405
e 406, que regulamentam a lei nº 12.619, explicam como vai funcionar a
fiscalização da jornada de trabalho dos caminhoneiros. De acordo com a
lei, o motorista profissional (condutor que exerce atividade remunerada
ao veículo) tem direito a repouso diário de 11 horas, além do descanso
de 30 minutos a cada 4 horas ininterruptas de direção.
A resolução
número 405 determina que o controle do tempo de direção e descanso será
realizado através do registrador instantâneo e inalterável de
velocidade, conhecido como tacógrafo. Este equipamento é obrigatório nos
veículos de transporte escolar, transporte de passageiros com mais de
dez lugares e de carga com peso bruto total superior a 4.536 kg. Além do
controle digital, foram estabelecidas normas para registro manual da
jornada de trabalho em diário de bordo ou ficha de trabalho.
A outra resolução
traz os requisitos mínimos do registrador, entre eles, a aprovação do
Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e o
registro dos dados referentes ao período de 24 horas em um único disco.
O descumprimento
dessas normas caracteriza infração grave, o que gera multa de R$ 127,69,
cinco pontos na CNH e retenção do veículo. O Denatran acredita que com a
entrada em vigor das normas haverá redução significativa no número de
acidentes e óbitos, relacionados à fadiga e ao cansaço de motoristas
profissionais nas vias públicas do país.
FONTE: GAZ
quinta-feira, 21 de junho de 2012
Ford Cargo 2629 lidera vendas
O Ford Cargo
2629, sucessor do 2628, lidera as vendas do segmento de 6x4, no período
de janeiro a maio deste ano, com participação de 16% no mercado. Este
caminhão opera como betoneira e basculante na construção civil, setor
que cresce bastante no Brasil.
O Ford Cargo 2629
conta com um PBT de 26 200 kg, sendo uma vantagem para quem precisa
transportar cargas muito pesadas. "Além da cabine moderna e equipada com
suspensão pneumática, o Cargo 2629 conta com transmissão sincronizada
de 10 marchas à frente e três à ré, que aumenta o conforto para o
motorista. E com a introdução da nova motorização Euro 5 ficou ainda
mais potente e econômico", diz Pedro de Aquino, gerente de Marketing da
Ford Caminhões.
Com motor Cummins
Euro 5 de 6,7 litros, tem potência de 190 cv e 97 mkgf. Com torque de
baixa rotação, economiza de 8% a 10% no combustível. "O novo motor
utiliza a tecnologia SCR (redução catalítica seletiva), que reduz em 80%
as emissões de poluentes e mostrou ser a mais robusta para o nosso
mercado, tanto em termos de potência e durabilidade como de economia
operacional", completa Aquino. "É mais um atrativo do modelo campeão de
vendas do segmento, que assim reforça os seus atrativos para continuar a
oferecer o melhor resultado para os frotistas da construção civil e
serviços pesados."
FONTE: Revista Transporte Mundial
quinta-feira, 14 de junho de 2012
Fumaça de motores a diesel é cancerígena, alerta OMS
A fumaça liberada
por motores a diesel entrou na lista dos elementos considerados
cancerígenos pelo Centro Internacional de Pesquisas sobre o Câncer
(CIRC), uma agência da Organização Mundial de Saúde (OMS). Os
especialistas consideram que já existem provas suficientes de que a
exposição a esta fumaça está relacionada a um risco maior de câncer de
pulmão.
“Os testes
científicos são irrefutáveis, e as conclusões do grupo de trabalho foram
unânimes: a fumaça liberada pelos motores a diesel causa câncer de
pulmão”, declarou o médico Christopher Portier. “A exposição a essa
mistura química deve ser reduzida no mundo inteiro.”
Os pesquisadores também constataram uma possibilidade de risco de câncer de bexiga, porém com base em elementos mais limitados.
O diesel tem fama
de ser melhor para o clima do que a gasolina, por gerar menos CO2 por
quilômetro, mas as partículas liberadas na queima do combustível são
prejudiciais. O combustível também emite dióxido de nitrogênio (NO2),
responsável por doenças respiratórias e cardiovasculares.
FONTE: Transporta Brasil
quarta-feira, 13 de junho de 2012
Teste: Shacman TT 420 6×4 – A primeira impressão é que fica
A
chegada dos caminhões chineses ao Brasil é coisa recente e pouco se
sabe sobre o comportamento dinâmico dos veículos e, opinião quase geral,
todos são ruins e frágeis, até que se prove o contrário. Aproveitando
as atividades de teste de durabilidade e desenvolvimento de componentes a
que a empresa Meta está aplicando nos produtos da Shacman, fomos até a
cidade de Tatuí, onde funciona a base de desenvolvimento da montadora,
para acompanhar e avaliar a performance dinâmica de dois modelos, um
estradeiro de alta tonelagem e outro de operação no fora-de-estrada.
Embora os caminhões estivessem devidamente aparelhados para obtenção de
dados, o objetivo foi tomar conhecimento sobre o desempenho dos pesados
em seus ambientes naturais.
A base motriz dos produtos globalizados da chinesa Shacman é fornecida pela Cummins. No caso específico do modelo cavalo mecânico TT 420 e do todo terreno DT 385, ambos com tração 6×4, é o motor ISM 11 E5, com sistema de injeção eletrônica e resfriamento pós turbina. Um ajustezinho na eletrônica faz a cavalaria de 385 cv e 1.825 Nm de torque (a 1.200 rpm) disponível do fora-de-estrada saltar para 420 cv e 2.000 Nm de torque (nas mesmas 1.200 rpm) no cavalinho estradeiro. No resto tudo igual – seis cilindros em linha e 10,8 litros de pulmão. Já devidamente homologado para o Proconve P7, ambos queimam o limpíssimo diesel S 50 com o aditivo Arla 32. Segundo João Comelli, diretor técnico da empresa, esse motor já era considerado quase descontinuado pela Cummins quando a Metro Europa iniciou o projeto de desenvolver um caminhão chinês para o mercado brasileiro. Com as devidas atualizações, o motor é considerado pelo engenheiro como um dos pontos fortes dos produtos, pois é robusto e econômico.
Olhando por fora, a cabine não e lá essas coisas em termos de design e até ultrapassada se comparada com alguns modelos de fabricação local, como o Scania, Volvo e Iveco. Sua procedência vem da MAN, marca com a qual a Shacman se associou em 2002 quando lançou seus olhares para o mundo. Mesmo que não seja um primor em aparência, internamente reserva alguns elogios. Durante horas na cabine, mesmo sem o ar condicionado, a temperatura da se manteve agradável apesar do forte calor, o que revela um bom isolamento térmico. E ao recorrer à ventilação natural, o que exigiu janelas abertas, foi possível manter diálogos dentro da cabine com o motor operando na faixa dos 2.000 rpm. Isso trouxe outra revelação importante. A cabine tem bom isolamento acústico também. O acabamento está longe de ser rústico, embora também não seja dos mais sofisticados. O banco do ajudante é desconfortável, já o do motorista não há o que reclamar o que leva a gente a querer ficar mais tempo ali do que no banco ao lado. A cabine do cavalinho, do tipo avançada, é alta e vem com duas camas no formato beliche, mas mantém um desconfortável túnel central.
Uma das vantagens de avaliar um produto preparado para teste de durabilidade é que geralmente está com sua capacidade máxima. No caso do TT 420 6×4, a dosagem foi um pouco além, pois a composição bi-trem estava lastreada com 77 toneladas, enquanto seu PBT é de 73. Para a empresa que gerencia os testes, essa é uma forma de se chegar a resultados práticos mais rápido além de comprovar a resistência. Para quem está atrás do volante é a oportunidade de ver o comportamento do motor e transmissão com o veículo operando além do seu limite de carga. E pelo que se pode observar ao longo de mais de 150 km pelo sobe e desce da Castelo Branco, o motor tem pedigree. Sua atuação ideal fica entre 1.400 a 1.900 rpm e, se mantido nesse regime, faz sua parte garantindo velocidade de cruzeiro entre 80 e 90 km/h. Se pisar fundo passa permite chegar aos 100 km/h, mas não era o caso.
Colocar 77 toneladas em movimento após uma parada de pedágio, com piso plano, exige paciência chinesa, especialmente quando se tem uma caixa com 16 marchas à frente. Mas quando isso acontece em trecho com pequeno aclive só faz ampliar a satisfação de ver todo o conjunto motriz trabalhando para que a viagem não perca seu time. É aí que surge outro pulo do gato, segundo os técnicos da Shacman e depois comprovado em campo, a caixa de transmissão de 16 velocidades, todas sincronizadas. A relação de marcha vai de uma verdadeira arranca toco, com 14,03:1, para uma suave 16ª com relação de 0,83:1 que garante excelente velocidade de cruzeiro.
O fabricante é a Fast, empresa hoje 100% chinesa que fornece transmissão para todas as montadoras de caminhões naquele país. Mas sua tecnologia, como quase tudo que é chinês, é herança de uma parceria com a Eaton Fuller, que já não existe mais, e com a ZF que é a matriz tecnológica da caixa de 16 velocidades usada no modelo TT 420, batizada de 16 JS 200 TA (tem outra versão 16 JS 180 TA), cujo torque máximo é de 2.000 Nm. O operacional de maneira geral é muito simples e leve. Atuando com o regime marcha reduzida, seguida da marcha normal e saltando para a reduzida da subsequente, a velocidade vai surgindo de forma lenta e gradativa, mas sem vacilo, facilitada pelos engates precisos e leves. O único momento de maior cuidado esta na troca da caixa baixa para a alta, o que acontece entre a 8ª e 9ª marcha. Para garantir perfeito rendimento é preciso ficar atento para não deixar o motor perder o pique. Qualquer trapalhada de um laranja que segue à frente a subida fica comprometida.
A composição bi-trem, por conta da sua instabilidade “emocional” é uma dos formatos mais difíceis para o motorista conduzir. O cavalo traciona pra a frente e as carretas atuam com forças vetoriais que apontam para lados diferentes e tudo sobra para a caixa de direção e o conjunto de suspensão que atuam para amenizar uma verdadeira dança de loucos. No Shacman TT 420, em velocidade cruzeiro de 80/90 km/h, a estabilidade direcional não é 100% e exige concentração para que a composição seja mantida na linha. Quando pega o jeitinho, o motorista consegue antecipar o movimento e corrigir de forma preventiva o movimento que começa vários metros atrás. Mas isso não significa que o desconforto não existe. A caixa hidráulica servo assistida não tem um pouco culpa nesse particular, que pode ser creditada mais à suspensão e ao próprio conjunto bi-trem que provoca esses tipos de movimentos. Mas é preciso que se diga que a estabilidade do cavalo mecânico e a cabine é excelente e não se nota nenhum movimento que traga desconforto para quem viaja, como a famosa quicada “engole camisa”.
Para um primeiro contato, o TT 420 deixa boa impressão. Detalhes do projeto, como o alojamento do sistema de alimentação dos freios dentro das longarinas e os eixos dianteiros e traseiros da marca Hande que são fabricados na China, mas desenvolvidos com tecnologia alemã (leia-se MAN) de última geração, revelam que não há nada feito por acaso neste caminhão. Itens reclamados, como o tanque único de combustível único de 400 litros (de alumínio) da unidade avaliada foram prontamente informados de serão dois no produto final para aumentar a autonomia. O sistema de freio utiliza o convencional duplo circuito de ar comprimido do tipo S Cam com tambores nas rodas dianteiras e traseiras.
Mas todos os modelos da Shacman possuem cabeamento para receber o controle eletrônico de frenagem (ABS) que é item opcional. O freio motor (Jacobs), de atuação na borboleta, também aparece como item adicionável ao preço base. Quando vai custar é outra pergunta que ainda fica no ar pois a Metro-Shacmann ainda mantém essa informação reservada, mas adianta que deve ficar entre 25 a 35% mais barato que um concorrente nacional com os mesmos atributos.
Fonte: Transpoonline
A base motriz dos produtos globalizados da chinesa Shacman é fornecida pela Cummins. No caso específico do modelo cavalo mecânico TT 420 e do todo terreno DT 385, ambos com tração 6×4, é o motor ISM 11 E5, com sistema de injeção eletrônica e resfriamento pós turbina. Um ajustezinho na eletrônica faz a cavalaria de 385 cv e 1.825 Nm de torque (a 1.200 rpm) disponível do fora-de-estrada saltar para 420 cv e 2.000 Nm de torque (nas mesmas 1.200 rpm) no cavalinho estradeiro. No resto tudo igual – seis cilindros em linha e 10,8 litros de pulmão. Já devidamente homologado para o Proconve P7, ambos queimam o limpíssimo diesel S 50 com o aditivo Arla 32. Segundo João Comelli, diretor técnico da empresa, esse motor já era considerado quase descontinuado pela Cummins quando a Metro Europa iniciou o projeto de desenvolver um caminhão chinês para o mercado brasileiro. Com as devidas atualizações, o motor é considerado pelo engenheiro como um dos pontos fortes dos produtos, pois é robusto e econômico.
Olhando por fora, a cabine não e lá essas coisas em termos de design e até ultrapassada se comparada com alguns modelos de fabricação local, como o Scania, Volvo e Iveco. Sua procedência vem da MAN, marca com a qual a Shacman se associou em 2002 quando lançou seus olhares para o mundo. Mesmo que não seja um primor em aparência, internamente reserva alguns elogios. Durante horas na cabine, mesmo sem o ar condicionado, a temperatura da se manteve agradável apesar do forte calor, o que revela um bom isolamento térmico. E ao recorrer à ventilação natural, o que exigiu janelas abertas, foi possível manter diálogos dentro da cabine com o motor operando na faixa dos 2.000 rpm. Isso trouxe outra revelação importante. A cabine tem bom isolamento acústico também. O acabamento está longe de ser rústico, embora também não seja dos mais sofisticados. O banco do ajudante é desconfortável, já o do motorista não há o que reclamar o que leva a gente a querer ficar mais tempo ali do que no banco ao lado. A cabine do cavalinho, do tipo avançada, é alta e vem com duas camas no formato beliche, mas mantém um desconfortável túnel central.
Uma das vantagens de avaliar um produto preparado para teste de durabilidade é que geralmente está com sua capacidade máxima. No caso do TT 420 6×4, a dosagem foi um pouco além, pois a composição bi-trem estava lastreada com 77 toneladas, enquanto seu PBT é de 73. Para a empresa que gerencia os testes, essa é uma forma de se chegar a resultados práticos mais rápido além de comprovar a resistência. Para quem está atrás do volante é a oportunidade de ver o comportamento do motor e transmissão com o veículo operando além do seu limite de carga. E pelo que se pode observar ao longo de mais de 150 km pelo sobe e desce da Castelo Branco, o motor tem pedigree. Sua atuação ideal fica entre 1.400 a 1.900 rpm e, se mantido nesse regime, faz sua parte garantindo velocidade de cruzeiro entre 80 e 90 km/h. Se pisar fundo passa permite chegar aos 100 km/h, mas não era o caso.
Colocar 77 toneladas em movimento após uma parada de pedágio, com piso plano, exige paciência chinesa, especialmente quando se tem uma caixa com 16 marchas à frente. Mas quando isso acontece em trecho com pequeno aclive só faz ampliar a satisfação de ver todo o conjunto motriz trabalhando para que a viagem não perca seu time. É aí que surge outro pulo do gato, segundo os técnicos da Shacman e depois comprovado em campo, a caixa de transmissão de 16 velocidades, todas sincronizadas. A relação de marcha vai de uma verdadeira arranca toco, com 14,03:1, para uma suave 16ª com relação de 0,83:1 que garante excelente velocidade de cruzeiro.
O fabricante é a Fast, empresa hoje 100% chinesa que fornece transmissão para todas as montadoras de caminhões naquele país. Mas sua tecnologia, como quase tudo que é chinês, é herança de uma parceria com a Eaton Fuller, que já não existe mais, e com a ZF que é a matriz tecnológica da caixa de 16 velocidades usada no modelo TT 420, batizada de 16 JS 200 TA (tem outra versão 16 JS 180 TA), cujo torque máximo é de 2.000 Nm. O operacional de maneira geral é muito simples e leve. Atuando com o regime marcha reduzida, seguida da marcha normal e saltando para a reduzida da subsequente, a velocidade vai surgindo de forma lenta e gradativa, mas sem vacilo, facilitada pelos engates precisos e leves. O único momento de maior cuidado esta na troca da caixa baixa para a alta, o que acontece entre a 8ª e 9ª marcha. Para garantir perfeito rendimento é preciso ficar atento para não deixar o motor perder o pique. Qualquer trapalhada de um laranja que segue à frente a subida fica comprometida.
A composição bi-trem, por conta da sua instabilidade “emocional” é uma dos formatos mais difíceis para o motorista conduzir. O cavalo traciona pra a frente e as carretas atuam com forças vetoriais que apontam para lados diferentes e tudo sobra para a caixa de direção e o conjunto de suspensão que atuam para amenizar uma verdadeira dança de loucos. No Shacman TT 420, em velocidade cruzeiro de 80/90 km/h, a estabilidade direcional não é 100% e exige concentração para que a composição seja mantida na linha. Quando pega o jeitinho, o motorista consegue antecipar o movimento e corrigir de forma preventiva o movimento que começa vários metros atrás. Mas isso não significa que o desconforto não existe. A caixa hidráulica servo assistida não tem um pouco culpa nesse particular, que pode ser creditada mais à suspensão e ao próprio conjunto bi-trem que provoca esses tipos de movimentos. Mas é preciso que se diga que a estabilidade do cavalo mecânico e a cabine é excelente e não se nota nenhum movimento que traga desconforto para quem viaja, como a famosa quicada “engole camisa”.
Para um primeiro contato, o TT 420 deixa boa impressão. Detalhes do projeto, como o alojamento do sistema de alimentação dos freios dentro das longarinas e os eixos dianteiros e traseiros da marca Hande que são fabricados na China, mas desenvolvidos com tecnologia alemã (leia-se MAN) de última geração, revelam que não há nada feito por acaso neste caminhão. Itens reclamados, como o tanque único de combustível único de 400 litros (de alumínio) da unidade avaliada foram prontamente informados de serão dois no produto final para aumentar a autonomia. O sistema de freio utiliza o convencional duplo circuito de ar comprimido do tipo S Cam com tambores nas rodas dianteiras e traseiras.
Mas todos os modelos da Shacman possuem cabeamento para receber o controle eletrônico de frenagem (ABS) que é item opcional. O freio motor (Jacobs), de atuação na borboleta, também aparece como item adicionável ao preço base. Quando vai custar é outra pergunta que ainda fica no ar pois a Metro-Shacmann ainda mantém essa informação reservada, mas adianta que deve ficar entre 25 a 35% mais barato que um concorrente nacional com os mesmos atributos.
Fonte: Transpoonline
domingo, 10 de junho de 2012
Mercado de caminhões segue desaquecido.
Ao contrário do
mercado de automóveis que esboçou uma reação em maio, o de caminhões
seguiu desaquecido. Segundo a Federação Nacional da Distribuição de
Veículos Automotores (Fenabrave), foram emplacados 10.790 caminhões no
mês passado contra 10.842 em abril. A redução é de apenas 0,53%.
Mas, conforme
observa o presidente da Federação, Flávio Meneghetti, maio teve 22 dias
úteis para emplacamentos no Detran – dois a mais que o mês anterior.
Desta forma, a média de registro diário de caminhões foi de 490 em maio e
de 542 em abril, uma diferença de quase 10%.
Na comparação
entre maio deste ano e maio de 2011, quando foram emplacados 15.127
caminhões, a retração é de 28%. Já no acumulado do ano, nos primeiros
cinco meses de 2012 foram vendidos 13% menos caminhões que em 2011.
Dados da
Fenabrave também mostram retração no mercado de implementos rodoviários.
De janeiro a maio deste ano, foram emplacadas 21.142 unidades, ou 11%
menos que no mesmo período do ano passado, quando havia sido 23.918.
FONTE: Carga Pesada
sexta-feira, 8 de junho de 2012
Autônomos – Trabalhando sob pressão
Assim como
qualquer outro emprego requer certas condições, conhecimentos e
habilidades ao candidato para contratação, quem trabalha como motorista
autônomo tem de cumprir uma série de exigências para sempre conseguir
cargas, ir para a estrada e ganhar o próprio sustento. Em geral, as
empresas solicitam três itens básicos: nome atualizado junto a
seguradoras, caminhão com menos de 10 anos de uso e sistema de
rastreamento. “As transportadoras pedem tudo quanto é coisa”, brinca o
carreteiro René Sandre, de 58 anos e autônomo desde os 20. Em sua
opinião, o profissional independente precisa estar cadastrado em todas
as seguradoras. “Não basta ter só uma, porque as transportadoras
trabalham com empresas diferentes e para não perder carga é melhor ter
todas”, acrescenta.
As condições do
veículo do autônomo também são avaliadas pelas empresas. “Como o
caminhão é a nossa ferramenta de trabalho, precisa estar em bom estado,
os contratantes exigem veículos com 10 anos de uso no máximo,” explica o
motorista João Pelegrino Mataloso. Dono de um Scania, ano 92, João
considera difícil dizer qual o modelo preferido pelos transportadores na
hora da contratação. “Não tem um tipo de veículo mais pedido, o modelo é
de acordo com o tipo de carga a ser transportada”, explica o autônomo.
Já Alfredo Carlos
Magnus, transportador de máquinas e peças indivisíveis do Rio Grande do
Sul para o Rio de Janeiro, aponta outro motivo para a falta de adesão
do equipamento. “Não tenho e nem quero ter, isso é um ‘prato cheio’ para
os assaltantes. Como posso deixar que alguém saiba o lugar exato onde
estou? Prefiro não ter, porque se alguma coisa acontecesse comigo na
estrada, desconfiaria do sistema”, pontua o carreteiro. No entanto, o
assessor da presidência no Setcesp (Sindicato das Empresas de
Transportes de Carga de São Paulo e Região), Adauto Bentivegna Filho,
diz que “esses e outros requisitos são importantes para garantir um
transporte mais seguro tanto para a vida do motorista quanto para manter
as condições de uso do bem transportado”.
Cientes das
condições impostas pelo mercado para se trabalhar, autônomos tentam
cumprir a lista de requisitos, mas não demonstram tanto empenho em
preencher 100% dos pedidos das transportadoras, por conta da
desvalorização da categoria, os baixos fretes pagos pelos carregamentos,
além das comissões embolsadas por agenciadores de cargas e a aplicação
de restrições à circulação de caminhões nas principais vias centrais das
capitais.
Os inconvenientes
do dia a dia da profissão têm desmotivado motoristas a permanecerem na
profissão. Ilmar Maoski, autônomo há oito anos, diz sentir-se
desvalorizado e pensa em vender o caminhão. ” A vida na estrada é
sofrida, as viagens não compensam mais, os fretes estão tão baixos que
as vezes volto de uma cidade para outra vazio. Prefiro não carregar”,
reclama.
Levantamento
realizado no início desse ano pela NTC & Logística, entidade
representativa do setor, aponta defasagem de 11,95% nos fretes pagos
pelo transporte rodoviário de cargas no Brasil. Além disso, segundo o
autônomo Vandimar Macedo, o lucro pela carga transportada cai ainda mais
devido a comissão paga ao agenciador. “Se, por exemplo, as empresas
oferecem R$2 mil para uma viagem de São Paulo a Brasília, os
agenciadores pegam R$ 500 como comissão e divulgam um frete de apenas
R$1.500″ diz. A agenciadora de cargas do Terminal Fernão Dias, Fernanda
Souza Maia, explica que não há uma porcentagem padrão usada no cálculo
da comissão dos agenciadores. “Existem períodos em que a procura pela
carga é muito grande, então é onde podemos cobrar um valor maior pela
comissão, mas existe também o outro lado, quando temos muitas cargas e
poucos motoristas. Muitas vezes cobramos abaixo que de costume para não
perder a transportadora”, explica.
Para o autônomo
Arlindo Almeida Fernandes, há companheiros de profissão que contribuem
para a existência de fretes com baixos. “Como têm muitos autônomos no
mercado, as transportadoras jogam o valor do frete lá embaixo e acabam
escolhendo o motorista que aceita o preço oferecido”, afirma.
Enquanto as
mudanças tanto para o setor quanto para a categoria não chegam, o
assessor da presidência do Setcesp aconselha aos autônomos a investirem
no aprimoramento profissional. “É importante fazer cursos de reciclagem
oferecidos pelo Sest Senat, manter documentos em ordem e atualizados,
além de possuírem veículos em condições de uso e com a segurança
necessária”, sugere Adauto Bentivegna.
Norival de
Almeida Silva, presidente do Sindicam (Sindicado dos Transportadores
Rodoviários Autônomos de Bens do Estado de São Paulo), concorda com o
representante do Setcesp e acrescenta que deve haver mais união entre os
profissionais da categoria. “É preciso chamar a atenção dos autônomos
para que sejam mais presentes perante suas entidades e dirigentes,
cobrando mais direitos e informações sobre o segmento onde trabalham.
FONTE: Revista O Carreteiro
segunda-feira, 4 de junho de 2012
Iveco e Mercedes-Benz adotam medidas para evitar dispensas
A produção de
caminhões está em baixa e duas grandes empresas estão tendo de se
adequar à realidade do mercado. A Iveco, marca do grupo Fiat, faz
ajustes na fábrica de Sete Lagoas, na Região Central de Minas, a
despeito das medidas de estímulo ao consumo anunciadas recentemente pelo
governo federal. A Mercedes-Benz também está passando por algumas
adaptações com seus trabalhadores.
Na Iveco, a linha
de caminhões pesados reduziu a produção de 50 unidades por dia no ano
passado para as atuais 16 unidades diárias, um corte de 68%, que levou a
empresa a realocar empregados dentro da planta industrial. Parte da mão
de obra foi deslocada para a fabricação da van/furgão Ducato, que está
trabalhando em dois turnos para atender ao aumento da procura. São 120
veículos produzidos por dia, ante as 95 unidades diárias em 2011,
informou ontem o diretor de comunicação da companhia para a América
Latina, Marco Piquini. A linha da van/furgão Daily opera dentro da
normalidade.
Na semana passada, a Iveco renovou um acordo de banco de horas, negociado há 10 anos, com o sindicato local dos metalúrgicos, como ferramenta para flexibilizar o trabalho na fábrica. Em março, a negociação permitiu a dispensa, com manutenção dos salários, de 200 trabalhadores da linha de caminhões pesados. No momento, conforme Marco Piquini, não há nenhum entendimento nesse sentido. A Iveco prevê um cenário de recuperação da demanda de caminhões em julho.
“A circunstância
do mercado é muito particular. Houve uma mudança de tecnologia dos
caminhões (em razão da troca dos motores por peças que emitem volumes
menores de gases tóxicos) e uma retração do mercado que já era
prevista”, afirma o diretor da Iveco. Os fabricantes viveram no ano
passado um período de produção recorde, turbinada ao final de 2011 pela
corrida aos modelos anteriores à nova legislação de emissão de
poluentes, que elevou os preços. Diante da queda da procura no começo
deste ano, a Iveco chegou a alterar as tradicionais férias coletivas
concedidas de 15 de dezembro e 10 de janeiro para 1º a 30 de janeiro.
Já a
Mercedes-Benz anunciou na terça-feira a dispensa por cinco meses de 1,5
mil trabalhadores na fábrica de São Bernardo do Campo (SP). Na unidade
de Juiz de Fora, Zona da Mata mineira, houve paralisação na semana
passada, quando 360 trabalhadores ficaram em casa. A empresa marcou
reuniões com representantes do sindicato local dos metalúrgicos na terça
e quarta-feira da semana que vem. O presidente do sindicato, João César
da Silva, disse, ontem, que a intenção é evitar demissões.
Com o mesmo
temor, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sete Lagoas, Ernane
Geraldo Dias, negociou acordos de banco de horas com as fornecedoras
Montich e Ecos que atendem à Iveco. “As dificuldades do setor automotivo
nos preocupam muito. O momento é de tentarmos evitar qualquer dispensa a
todo custo”, afirma. De janeiro a abril, o sindicato de Sete Lagoas
homologou rescisões de contratos de trabalho de 400 pessoas. Dos 8 mil
metalúrgicos do município, 70% trabalham na cadeia automotiva. Segundo
Piquini, da Iveco, que dá emprego a 2,2 mil pessoas, as avaliações de
mercado da companhia indicam tendência de crescimento, embora em
determinados momentos o setor vá conviver com ritmo menor de produção.
FONTE: Estados de Minas
Tecnologia a serviço dos profissionais do volante
A revolução tecnológica provocada pelo surgimento dos computadores brindou vários profissionais com máquinas e equipamentos que otimizaram e transformaram completamente a forma de trabalhar. Algumas profissões sequer imaginam como seria a atividade hoje, sem o uso da informática.
Até quem vivia de transportar os produtos frutos da indústria tecnológica, hoje se beneficia dos recursos oferecidos pelo universo digital. Com cavalos mecânicos que transpiram tecnologia, os caminhoneiros passaram a ser comandantes de verdadeiras centrais eletrônicas motorizadas.
As novidades começaram com a chegada dos motores eletrônicos, que estão presentes em quase todos os caminhões atuais. Depois, vieram a checagem digital de falhas, o GPS, os rastreadores por satélite, só para ficar em alguns exemplos.
Toda essa parafernália praticamente extinguiu a inspeção diária, sagrada para a maioria dos caminhoneiros, que consistia em levantar a tampa do motor, puxar a vareta do óleo para verificar o nível. Hoje, a conferência do nível de óleo lubrificante, do óleo do motor e do nível da água estão ao alcance dos dedos das mãos nas teclas do painel.
Para Agripino Cosmo de Oliveira, que trabalha como caminhoneiro há 28 anos, a profissão já não tem os braços abertos para qualquer um que se atreva a dirigir. "Quando eu comecei não havia a modernidade de hoje. Os motores eram mecânicos.
Para a pessoa se tornar caminhoneiro bastava saber dirigir. Atualmente, os caminhões têm computador de bordo e os motoristas precisam ter o domínio da tecnologia", afirma. Na opinião dele, o mercado de trabalho atual, só tem espaço para as pessoas com habilidades de se relacionar com o mundo digital.
Uma diferença constatada no uso dos caminhões mais modernos ocorre em relação à parte mecânica. Antigamente, eventuais problemas eram solucionados na estrada. O motorista parava o caminhão no acostamento, abria o capô e resolvia com as próprias mãos qualquer eventual falha mecânica.
Hoje, a tecnologia possibilita que o motor seja escaneado por computador e qualquer pane facilmente identificada e resolvida. "Até a regulagem do motor é feita por computador. Qualquer parte do motor que apresentar problema é consertada com o uso de algum equipamento eletrônico", afirma Oliveira.
Apesar de exigir mais qualificação para os motoristas, a tecnologia proporcionou mais comodidade e segurança no transporte de cargas. Aparelhos de GPS são instrumentos eficientes na hora de rodar por estradas desconhecidas e o uso de rastreadores por satélite auxiliam as transportadoras a monitorar a frota e a identificar onde se encontram os veículos nos casos de eventuais assaltos nas estradas.
FONTE: odiario.com
Assinar:
Postagens (Atom)